A Alemanha é exemplo de um país que aproveita restos de poda e jardinagem na geração de energia e adubos. Com a criação da Lei da Energia Renovável em 2000, a geração de energia sustentável na Alemanha ganhou impulso impressionante. Enormes pedaços de troncos e folhas passaram a ser triturados e reutilizados, ajudando a promover uma economia mais sustentável.
Na Alemanha a questão ambiental e econômica pesara bastante na hora da escolha pelo reaproveitamento deste material, pois enquanto na compostagem (processo biológico que forma o adubo) a tonelada custa 40 Euros, no mercado energético o valor salta para 100 Euros a tonelada. Por lá são coletados 14.500 toneladas/dia de resíduos de poda e jardinagem, sendo 95% deste material reaproveitado como adubo ou gerando energia em indústrias.
Infelizmente essa é uma realidade ainda distante do Brasil. Lá onde este material que parece lixo tem grande valor econômico e ambiental, por aqui é enterrado em aterros sanitários. Não existe no país estatística que mensure a quantidade de resíduos de poda e jardinagem. Sabe-se apenas que somente no Rio de Janeiro e em São Paulo, são 300 toneladas diárias de restos enviados à aterros, uma destinação inadequada e cara.
Para se ter uma ideia, o custo por tonelada para destinação de resíduos em aterros é de R$55,00. No entanto, esses mesmos resíduos poderiam estar gerando recursos ao invés de despesa, seja em forma de adubo ou de energia mais barata, caso tivessem destino mais inteligente. Esse é mais um exemplo de desperdício em nosso país.
Apenas em São Paulo, mais precisamente em Itapira, seis mil toneladas de restos de pé de laranja são transformados em combustível: três indústrias que utilizam este material pararam com a queima de óleo pesado, e além disso, o combustível gerado tem custo 30% menor que os combustíveis tradicionais.
Com os custos da energia no Brasil, este momento é propício para começarmos a pesquisar novas matrizes energéticas, mais limpas e renováveis, além do custo menor.
Pensando local, agindo global!
Carlos Avel.